I. Kapitel: A Escrava Isaura als einzelne Kapitel

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O leitor provavelmente não terá ficado menos atônito do que ficou Álvaro, com o imprevisto aparecimento de Leôncio no Recife, e indo bater certo na casa em que se achava refugiada a sua escrava. É preciso, portanto, explicar-lhe como isso aconteceu, para que não pense que foi por algum milagre.
Der Leser ist über das plötzliche Erscheinen von Leôncio und über die Sicherheit mit der an die Tür des Hauses klopfte, wohin sich seine Sklavin geflüchtet hatte, sicherlich nicht weniger erstaunt als Álvaro. Es ist von daher notwendig zu klären, wie dies geschehen ist, damit niemand glaubt, dass die einem Wunder geschuldet ist.

Leôncio, depois de ter escrito e entregado no correio as duas cartas que conhecemos, uma dirigida a Álvaro, outra a Martinho, nem por isso ficou mais tranqüilo. Devorava-lhe a alma uma inquietação mortal, um ciúme desesperador. A notícia de que Isaura se achava em poder de um belo e rico mancebo, que a amava loucamente, era para ele um suplício insuportável, um cancro, que lhe corroía as entranhas, e o fazia estrebuchar em ânsias de desespero, avivando-lhe cada vez mais a paixão furiosa que concebera por sua escrava. Achava-se ele na corte, para onde, logo que teve notícias de Isaura, se dirigia imediatamente, a fim de se achar em um centro, de onde pudesse tomar medidas prontas e enérgicas para a captura da mesma.
Nachdem Leôncio die zwei Briefe, die wir kennen geschrieben hatte, eine an Álvaro, einen anderen an Martinho, und der Post übergeben hatte, war er noch nicht beruhigt. Eine tödliche Unruhe verzehrte seine Seele, ein verzweifelter Neid. Die Nachricht, dass Isaura sich in der Macht eines schönen und reichen Mannes befindet, der sie voller Hingabe liebte, war für ihn ein unerträgliche Demütigung, ein Krebs, der ihm die Gedärme zerfraß, und dass ihn keuchend vor Verzweiflung zappeln ließ. Er war in Rio de Janeiro, wohin er sich, sobald er Nachricht von Isaura erhielt, er sich sofort begab, um an dem Ort zu sein, wo er sofort energische Maßnahmen für die Gefangenahme derselben ergreifen konnte.

Tendo escrito e entregue as cartas na véspera da partida do vapor pela manhã, levou o resto do dia a cismar. A terrível ansiedade em que se achava não lhe permitia esperar a resposta e o resultado daquelas cartas, sendo muito mais morosas e espaçadas do que hoje as viagens dos paquetes naquela época, em que apenas se havia inaugurado a navegação a vapor pelas costas do Brasil. Demais, ocorria-lhe freqüentemente ao espírito o anexim popular — quem quer vai, quem não quer manda. — Não podia fiar-se na diligência e boa vontade de pessoas desconhecidas, que talvez não pudessem lutar vantajosamente contra a influência de Álvaro, o qual, segundo lho pintavam, era um potentado em sua terra. O ciúme e a vingança não gostam de confiar a olhos e mãos alheias a execução de seus desígnios.
Nachdem er am Vorabend der Abreise des Dampfschiffes am Morgen die Briefe übergeben hatte, verbrachte er den Rest des Tages mit grübeln. Die schreckliche Unruhe, die ihn ergriffen hatte, erlaubte es ihm nicht, eine Antwort und das Ergebnis dieser zwei Briefe abzwarten, da die Reisen der Postschiffe damals, als noch kaum Dampfschiffe an den Küsten Brasiliens verkehrten, länger dauerten und weitere Strecken zurückgelegt wurden. Des weiteren kam ihm immer wieder das volkstümliche Sprichwort in den Sinn: Wer will, der geht, wer nicht, der befiehlt. Er konnte sich nicht auf den Eifer und den guten Willen von unbekannten Personen verlassen, die sich vielleicht nicht erfolgreich gegen den Einfluss von Álvaro durchsetzen konnten, der, nach allem was man über ihn erzählte, in seiner Region Einfluss hatte. Die Eifersucht und die Rache wollen die Durchführung ihrer Absichten nicht fremden Augen und Händen anvertrauen.

— É indispensável que eu mesmo vá, — pensou Leôncio, e firme nesta resolução foi ter com o ministro da justiça, com quem cultivava relações de amizade, e pediu-lhe uma carta de recomendação, — o que eqüivale a uma ordem, — ao chefe de polícia de Pernambuco, para que o auxiliasse eficazmente para o descobrimento e captura de uma escrava. Já de antemão Leôncio também se havia munido de uma precatória e mandado de prisão contra Miguel, a quem havia feito processar e pronunciar como ladrão e acoutador de sua escrava. O sanhudo paxá de nada se esquecia para tornar completa a sua vingança.
"Es ist unerlässlich, dass ich selber gehe", dachte Leôncio und hierzu fest entschlossen, ging er zum Justizminister, mit dem ihn eine freundschaftliche Beziehung verband und bat ihn um ein Empfehlungsschreiben, was ja einer Anweisung entsprache, an den Chef der Polizei in Pernambuco, damit dieser ihm beim Aufspüren und der Festsetzung der Sklavin effizient unterstütze. Schon vorab hatte er sich mit einer Verfügung und einem Haftbefehl gegen Miguel austatten lassen, gegen den er einen Prozess wegen Diebstahl und Beherbergung seiner Sklavin angestrengt hatte. Der jähzornige Pascha vergass nichts, um sich vollständig zu rächen.

No outro dia Leôncio seguia para o Norte no mesmo vapor que conduzia suas cartas. Estas, porém, chegaram ao seu destino algumas horas antes que o seu autor desembarcasse no Recife. Leôncio, apenas pôs pé em terra, dirigiu-se ao chefe de policia, e entregando-lhe a carta do ministro inteirou-o de sua pretensão. Tenho a informar-lhe, senhor Leôncio, — respondeu-lhe o chefe — que haverá talvez pouco mais de duas horas que daqui saiu uma pessoa autorizada por V. S.a para o mesmo fim de apreender essa escrava, e ainda há pouco aqui chegou de volta declarando que tinha-se enganado, e que acabava de reconhecer que a pessoa, de quem desconfiava, não é e nem pode ser a escrava que fugiu a V. S.a.
Am anderen Tag fuhr Leôncio mit demselben Dampfschiff, das auch seine Briefe transportierte, Richtung Norden. Dieser jedoch erreichten ihr Ziel ein paar Stunden früher, als die Ankunft ihres Autors in Recife. Leôncio hatte kaum die Füße auf die Erde gesetzt, da ging er zum Chef der Polizei, gab ihm den Brief des Innenministers und teilte ihm sein Verlangen mit. "Ich muss sie darüber in Kenntnis setzen, Herr Leôncio", sagte der Chef der Polizei, "dass erst vor zwei Stunden hier jemand weggegangen ist, der von Eurer Exzellenz in derselben Sache, der Festsetzung dieser Sklavin, beauftragt war, und erst vor kurzem wieder erschienen ist und erklärte, dass er sich geirrt habe und gerade festgestellt habe, dass die Person, die er verdächtigte, die vor Ihnen geflohene Sklavin nicht ist und nicht sein kann."

— Um certo Martinho, não, senhor doutor?... — Justamente. — Deveras!... que me diz, senhor doutor? — A verdade; ainda aí estão à porta o oficial de justiça e os guardas, que o acompanharam. — De maneira que terei perdido o meu tempo e a minha viagem!... oh! não, não; isto não é possível. Creia-me, senhor doutor, aqui há patranha... o tal senhor Álvaro dizem que é muito rico... — E o tal Martinho um valdevinos capaz de todas as infâmias.
"Ein gewisser Herr Martinho, nicht Herr Doktor?" "Genau." "Tatsächlich! Und was sagen Sie dazu Herr Doktor?" "Die Wahrheit. Da an der Tür des Gerichtsgebäudes stehen nochh die Polizisten, die ihn begleitet haben." "So habe ich also meine Zeit umsonst vergeudet und die Reise umsonst gemacht? Nein, nein, das ist nicht möglich. Glauben Sie mir Herr Doktor, hierbei handelt es sich um eine List. Man sagt, dass dieser Herr Álvaro sehr reich sei." "Und der Herr Martiniho ein Gauner, der zu jeder Ruchlosigkeit in der Lage ist. Alles ist möglich, aber Eurer Exzellenz steht es zu, diese Dinge zu überprüfen."

— E é o que venho disposto a fazer. Irei lá eu mesmo verificar o negócio por meus próprios olhos, e já, se for possível. — Quando quiser. Ali estão o oficial de justiça e os guardas, que ainda agora de lá vieram, e ninguém melhor do que eles pode guiar a V. Sa. e efetuar a captura, caso reconheça ser a sua própria escrava. —Também me é preciso que V. Sa. ponha o — cumpra-se — nesta precatória — disse Leôncio apresentando a precatória contra Miguel — é necessário punir o patife que teve a audácia de desencaminhar e roubar-me a escrava.
"Das ist es, weshalb ich gekommen bin. Ich werde selbst den Vorgang mit meinen eigenen Augen übeprüfen, wenn es möglich ist sofort." "Wann immer Sie wollen. Dort ist der Gerichtsdiener und die Polizisten, die gerade von dort kommen und niemand kann Eure Exzellenz besser als sie dahin führen und, wenn Sie Ihre Sklavin erkennen, die Festsetzung durchsetzen." "Weiter benötige ich, dass Eure Exzellenz auf diese Anordnung ein "auszuführen" setzt", sagte e Leôncio und zeigte den Haftbefehl gegen Miguel. "Man muss den Schurken, der die Dreistigkeit hatte mir meine Sklavin zu entführen und zu stehlen bestrafen."

O chefe satisfez sem hesitar ao pedido de Leôncio, que acompanhado da pequena escolta, que fez subir ao seu carro, no mesmo momento se dirigiu à casa de Isaura, onde o deixamos em face de Álvaro. A situação deste não era só crítica; era desesperada. O seu antagonista ali estava armado de seu incontestável direito para humilhá-lo, esmagá-lo, e o que mais é, despedaçar-lhe a alma, roubando-lhe a amante adorada, o ídolo de seu coração, que ia-lhe ser arrancada dos braços para ser prostituída ao amor senhor devasso, se não sacrificada ao seu furor. Não tinha remédio senão curvar-se sem murmurar ao golpe do destino, e ver de braços cruzados metida em ferros, e entregue ao azorrague do algoz a nobre e angélica criatura, que, única entre tantas belezas, lhe fizera palpitar o coração em emoções do mais extremoso e puro amor.
Der Chef erfüllte ohne Zögern die Bitten von Leôncio, der, von der kleinen Eskorte, die er in seinen Wagen steigen ließ, sofort in Richtung des Hauses abfuhr, wo wir ihn im Angesicht von Álvaro verlassen haben. Dessen Situation war jetzt nicht nur kritisich, sie war verzweifelt. Sein Gegner war mit dem unbestreitbaren Recht ausgestattet, ihn zu demütigen, zu zerquetschen und, was noch schwerer wiegt, ihm die Seele zu zerreissen, indem er ihm die bewunderte Geliebte nimmt, das Idol seines Herzens, die ihm aus den Händen gerissen wird um zur Hure einer brutalen Liebe eines niederträchtigen Herrn zu werden, wenn sie nicht seinem Zorn geopfert wird. Es gab kein Mittel mehr außer sich ohne zu murren dem Schicksalschlag zu beugen und mit verschränkten Armen zuzusehen, wie noble und engelsgleiche Kreatur, einzigartig unter so vielen Schönen, in Ketten gelegt und den Peitschenhieben ihres Henkers übergeben wird, ließ sein Herz in extremster und reinster Liebe erschüttern.

Deplorável contingência, a que somos arrastados em conseqüência de uma instituição absurda e desumana! O devasso, o libertino, o algoz, apresenta-se altivo e arrogante, tendo a seu favor a lei, e a autoridade, o direito e a força, lança a garra sobre a presa, que é objeto de sua cobiça ou de seu ódio, e pode frui-la ou esmagá-la a seu talante, enquanto o homem de nobre coração, de impulsos generosos, inerme perante a lei, aí fica suplantado, tolhido, manietado sem poder estender o braço em socorro da inocente e nobre vítima, que deseja proteger. Assim, por uma estranha aberração, vemos a lei armando o vício, e decepando os braços à virtude.
Bedauerliche Zustände, in uns eine absurde und unmenschliche Intitution zu leben zwingt. Der liederliche, lüsterne Henker trat hochnäsig und arrogant auf, da er das Recht, die Autorität, die Kraft auf seiner Seite wusste, streckte seine Hand nach der Beute aus, die das Objekt seiner Lüsternheit oder seines Hasses war und die er nach seinem Gutdünken genießen oder zerquetschen konnte, während der Mann mit noblen Herz, menschenfreundlichen Züggen, machtlos vor dem Gesetz, ohnmächtig war, verwirrt, bewegungslos und ohne die Hand ausstrecken zu können um dem unschuldigen und noblen Opfer helfen zu können, das er beschützen wollte. So sehen wie durch eine merkwürdige moralische Zerrütung das Gesetz das Laster schützt und die Arme der Tugend amputiert.

Estava pois Álvaro em presença de Leôncio como o condenado em presença do algoz. A mão da fatalidade o socalcava com todo o seu peso esmagador, sem lhe deixar livre o mínimo movimento. Vinha Leôncio ardendo em fúrias de raiva e de ciúme, e prevalecendo-se de sua vantajosa posição, aproveitou a ocasião para vingar-se de seu rival, não com a nobreza de cavalheiro, mas procurando humilhá-lo à força de impropérios.
Álvaro war also im Angesicht von Leôncio wie der Verurteilte vor seinem Henker. Die Hand der Fatalität drückte ihn mit seiner ganzen zerquetschenden Kraft nieder, ohne ihm den geringsten Handlungsspielraum zu lassen. Leôncio war gekommen brennend in den Furien der Wut und der Eifersucht und gestützt auf seine vorteilhafte Position, nutzte er die Situation aus um sich bei seinem Rivalen zu rächen, nicht mit dem Adel des Gentlemen, sondern indem er ihm mit Beleidigungen demütigte.

— Sei que há muito tempo, — disse Leôncio, continuando o diálogo que deixamos interrompido no capítulo antecedente, — V. Sa. retêm essa escrava em seu poder contra toda a justiça, iludindo as autoridades com falsas alegações, que nunca poderá provar. Porém agora venho eu mesmo reclamá-la e burlar os seus planos, e artifícios.
"Ich weiß, dass Sie schon seit langer Zeit", sagte Leôncio und fuhr mit dem Dialog fort, den wir wir im vorigen Kapitel unterbrochen haben, "dass Eure Exzellenz diese Sklavin in Ihrer Obhut haben und die Behörden mit falschen Behauptungen täuschen, die Sie nicht werden beweisen können. Jetzt jedoch komme ich selber sie zu holen und Ihre Pläne und Machenschaften zu durchkreuzen."

— Artifícios não, senhor. Protegi e protejo francamente uma escrava contra as violências de um senhor, que quer tornar-se seu algoz; eis aí tudo. — Ah!... agora é que sei que qualquer aí pode subtrair um escravo ao domínio de seu senhor a pretexto de protegê-lo, e que cada qual tem o direito de velar sobre o modo por que são tratados os escravos alheios. — V. Sa. está de disposição a escarnecer, e eu declaro-lhe que nenhuma vontade tenho de escarnecer, nem de ser escarnecido. — Confesso-lhe que desejo muito a liberdade dessa escrava, tanto quanto desejo a minha felicidade, e estou disposto a fazer todos os sacrifícios possíveis para consegui-la. Já lhe ofereci dinheiro, e ainda ofereço. — Dou-lhe o que pedir... dou-lhe uma fortuna por essa escrava. Abra preço...
"Es gibt keine Machenschaften mein Herr. Ich habe eine Sklavin beschützt und beschütze sie noch immer, gegen die Gewaltätigkeit ihres Herrn, der ihr Henker sein will. Das ist alles." "Ah! Wir sind also schon so weit gekommen, dass jeder einen Sklaven dem Zugriff seines Herrn entziehen kann unter dem Vorwand in zu schützen und jeder hat das Recht darüber zu wachen, wie die Sklaven der anderen behandelt werden." "Sie belieben zu verhöhnen, ich sage Ihnen, dass mir nicht danach ist, jemanden zu verhöhnen und verhöhnt zu werden. Ich gestehe Ihnen, dass ich mir schon seit langem die Freiheit dieser Sklavin wünsche, so sehr, wie ich mein eigenes Glück wünsche und ich bin bereit für jedes Opfer, um sie zu erlangen. Ich habe Ihnen schon Geld angeboten und biete es Ihnen wieder an. Ich gebe ihnen, was Sie wünschen, ich gebe Ihnen ein Vermögen für diese Sklavin. Nennen Sie einen Preis."

— Não há dinheiro que a pague; nem todo o ouro do mundo, porque não quero vendê-la. — Mas isso é um capricho bárbaro, uma perversidade... — Seja capricho da qualidade que V. Sa. quiser; porventura não posso ter eu os meus caprichos, contanto que não ofenda direitos de ninguém?... porventura V. Sa. não tem também o seu capricho de querê-la para si?... mas o seu capricho ofende os meus direitos, e eis aí o que não posso tolerar.
"Kein Geld der Welt und kein Gold kann Sie bezahlen, denn ich will sie nicht verkaufen." "Aber das ist eine barbarische Laune, eine Perversion." "Sie können dieser Laune bezeichnen wie sie wollen. Hab ich etwas kein Recht auf Launen, solange ich nicht die Rechte anderer verletze? Haben Sie etwa nicht Ihre Launen und wollen Sie für sich? Ihre Launen allerdings greift in meine Rechte ein und das kann ich nicht tolerieren."

— Mas o meu capricho é nobre e benfazejo, e o seu é uma tirania, para não dizer uma vilania. V. Sa. mancha a sua vida com uma nódoa indelével conservando na escravidão essa mulher; cospe o desrespeito e a injúria sobre o túmulo de sua santa mãe, que criou com tanta delicadeza, educou com tanto esmero essa escrava, para torná-la digna da liberdade que pretendia dar-lhe, e não para satisfazer aos caprichos de V. Sa. Ela por certo lá do céu, onde está, o amaldiçoará, e o mundo inteiro a acompanhará na maldição ao homem que retém no mais infamante cativeiro uma criatura cheia de virtudes, prendas e beleza.
"Meine Laune allerdings ist nobel und großmütig, Ihre ist eine Tyrannei, um nicht zu sagen eine Niederträchtigkeit. Eure Exzellenz befleckt ihr Leben mit einem unauslöschbaren Schandmal, indem Sie diese Frau in der Sklaverei halten. Sie spucken Respektlosigkeit und Beleidigungen auf das Grab ihrer heiligen Mutter, die diese Sklavin mit soviel Feingefühl, mit soviel Sorgfalt erzogen hat, damit sie der Freiheit würdig ist, die sie ihr geben wollte und nicht um die Launen Eurer Exzellenz zu befriedigen. Sie wird sie dort im Himmel, wo sie ist verfluchen und die ganze Welt wird sie die Verdammung des Mannes teilen, welcher eine Kreatur voller Tugenden, Gaben der Schönheit in herabwürdigender Gefangenschaft hält."

— Basta, senhor!.. agora fico também sabendo, que uma escrava, só pelo fato de ser bonita e prendada, tem direitos à liberdade. Pique também V. Sa. sabendo, que se minha mãe não criou essa rapariga para satisfazer aos meus caprichos, muito menos para satisfazer aos de V. Sa. a quem nunca conheceu nesta vida. Senhor Álvaro, se deseja ter alguma linda escrava para sua amásia procure outra, compre-a, que a respeito desta, pode perder toda a esperança.
"Es reicht jetzt Herr! Jetzt erfahre ich, dass eine Sklavin, nur weil sie schön und begabt ist, ein Recht auf Freiheit hat. Und merken Sie sich Eure Exzellenz, auch wenn meine Mutter dieses Mädchen nicht dazu erzogen hat, meine Launen zu befriedigen, so hat sie sie auch nicht dazu erzogen, die ihr Eurer Exzellenz zu stillen, den sie in diesem Leben nie kennen gelernt hat. Herr Álvaro, wenn Sie eine hübsche Sklavin als Geliebte wollen, dann suchen Sie sich eine andere, denn was diese angeht, können Sie alle Hoffnung aufgeben."

— Senhor Leôncio, V. Sa. decerto esquece-se do lugar onde está, e da pessoa com quem fala, e julga que se acha em sua fazenda falando aos seus feitores ou a seus escravos. Advirto-lhe, para que mude de linguagem. — Basta, senhor; deixemo-nos de vás disputas, e nem eu vim aqui para ser catequizado por V. Sa. O que quero é a entrega da escrava e nada mais. Não me obrigue a usar do meu direito levando-a à força.
"Herr Leôncio Eure Exzellenz vergisst sicherlich, wo Sie sind und mit wem Sie sprechen und Sie meinen, Sie befinden sich auf Ihrem Gut und sprechen mit Ihren Vorarbeitern und Sklaven. Ich empfehle Ihnen, sich eines anderen Tones zu befleißigen." "Es reicht jetzt mein Herr. Lassen wir diese sinnlosen Gespräche. Auch ich bin nich gekommen, um mich von Eurer Exzellenz maßregeln zu lassen. Was ich will ist, dass man mir die Sklavin übergibt und nichts weiter. Zwingen Sie mich nicht dazu, von meinem Recht gewaltsam Gebrauch zu machen."

Álvaro, desvairado por tão grosseiras e ferinas provocações, perdeu de todo a prudência e sangue-frio. Entendeu que para sair-se bem na terrível conjuntura em que se achava, só havia um caminho, — matar o seu antagonista ou morrer-lhe às mãos, — e cedendo a essas sugestões da cólera e do desespero, saltou da cadeira em que estava, agarrou Leôncio pela gola e sacudindo-o com força: Álvaro, ob dieser groben und bestialischen Provokationen erzürnt, verlor jede Beherrschung und Kaltblütigkeit.
Er sah nur noch einen Ausweg um aus der Situation, in der er sich befand, herauszukommen. Seinen Gegner zu töten oder in seinen Händen zu sterben und diesem Impuls der Wut nachgebend, sprang er vom Stuhl, auf dem er saß, packte Leôncio an der Gurgel und schüttelte ihm mit aller Kraft.

— Algoz! — bradou espumando de raiva, — ai tens a tua escrava! mas antes de levá-la, hás de responder pelos insultos que me tens dirigido, ouviste?... ou acaso pensas que eu também sou teu escravo?.. — Está louco, homem! — disse Leôncio amedrontado. — As leis do nosso país não permitem o duelo. — Que me importam as leis!... para o homem de brio a honra é superior às leis, e se não és um covarde, como penso... —Socorro, que querem assassinar-me, — bradou Leôncio desembaraçando-se das mãos de Álvaro, e correndo para a porta. — Infame! — rugiu Álvaro, cruzando os braços e rangendo os dentes num sorrir de cólera e desdém...
"Henker!", schrie er und schäumte vor Wut, "hier hast du deine Sklavin, aber bevor du gehst, wirst du dich für die Beleidigungen gegen mich verantworten, hast du gehört? Oder denkst du vielleicht, dass auch ich dein Sklave bin?" "Sie sind verrückt Mann!", sagte Leôncio eingeschüchtert, "die Gesetze unseres Landes erlauben keine Duelle." "Was interessieren mich Gesetze! Für einen Ehrenmann steht die Ehre übre dem Gesetz und wenn du kein Feigling bist, wie ich glaube..." "Hilfe, man will mich umbringen", schrie Leôncio, löste sich aus der Umklammerung der Hände von Álvaro und rannte zur Tür. "Ruchloser!", schrie Álvaro, kreuzte die Arme, knirrschte mit den Zähnen mit einem Lächeln aus Wut und Verachtung.

No mesmo momento, atraídos pelo barulho, entravam na sala de um lado Isaura e Miguel, do outro o oficial de justiça e os guardas. Isaura estava com o ouvido aguçado, e do interior da casa ouvira e compreendera tudo. Viu que tudo estava perdido, e correu a atalhar o desatino, que por amor dela Álvaro ia cometer.
In diesem Moment, betraten aufgrund des Lärmes von der einen Seite Isaura und Miguel den Raum, von der anderen Seite der Gerichtsdiener und die Polizisten. Isaura hatte gelauscht und vom Inneren des Hauses her hatte sie alles gehört. Sie sah, dass alles verloren war und rannte hierbei um die leichtsinnige Tat zu verhindern, die Álvaro ihretwegen begehen wollte.

— Aqui estou, senhor! — foram as únicas palavras que pronunciou apresentando-se de braços cruzados diante de seu senhor. — Ei-los ai; são estes! — exclamou Leôncio indicando aos guardas Isaura e Miguel. Prendam-os!.. prendam-os!... —Vai-te, Isaura, vai-te, — murmurou Álvaro com voz trêmula e sumida, achegando-se da cativa. — Não desanimes; eu não te abandonarei. — Confia em Deus e em meu amor.
"Hier bin ich Herr!", waren die einzigen Worte, die sie sagte und stellte sich mit gekreuzten Armen vor ihren Herrn. "Da habe ich sie. Sie sind es!", rief Leôncio und verwies die Polizisten auf Isaura und Miguel. Nehmt sie gefangen! Nehmt sie gefangen!" "Geh, Isaura, geh", murmelte Álvaro mit zitternder und gebrochener Stimme und näherte sich der Gefangenen, "verliere nicht den Mut. Ich werde dich nicht aufgeben. Vertrau auf Gott und meine Liebe."

Uma hora depois Álvaro recebia em casa a visita de Martinho. Vinha este mui ancho e lampeiro dar conta de sua comissão, e sôfrego por embolsar a soma convencionada.
Eine Stunde später empfing Álvaro Besuch von Martinho. Dieser kam sehr stolz daher und begierig, von seinem Auftrag zu berichten, gierig die ausgemachte Summe einzustreichen.

— Dez contos!... oh! — vinha ele pensando. — uma fortuna! agora sim, posso eu viver independente!... Adeus, surrados bancos de Academia!... adeus, livros sebosos, que tanto tempo andei folheando à toa!... vou atirar-vos pela janela a fora; não preciso mais de vós: meu futuro está feito. Em breve serei capitalista, banqueiro, comendador, barão, e verão para quanto presto!...
"Zehntausend Réis! Oh!", dachte er, "ein Vermögen! Jetzt kann ich wirklich unabhängig leben! Tschüss ihr abgenutzten Bänke der Universität! Tschüss ihr speckigen Bücher, die ich so lange sinnlos durchgeblättert habe. Ich werfe euch zum Fenster hinaus. Ich brauche euch nicht mehr. Bald werde ich Kapitalist sein, Banker, Befehlshaber, Baron und man wird sehen, zu was ich fähig bin!"

E à força de multiplicar cálculos de usura e agiotagem, já Martinho havia centuplicado aquela soma em sua imaginação.
Und indem er mit Wucherzinsen und Spekulationsgewinnen rechnete, hatte Martinho in der Phantasie die Summe schon um das Hundertfache vergrößert.

— Meu caro senhor Álvaro, — veio logo dizendo sem mais preâmbulos, — está tudo arranjado à medida de nossos desejos. Pode V. Sa. viver tranqüilo em companhia da gentil fugitiva, que daqui em diante ninguém mais o importunará. — De feito o procedimento de V. S.ª nesta questão tem sido muito belo e digno de elogios; é próprio de um coração grande e generoso como o de V. Sa. Não se dá maior desaforo! no cativeiro uma menina tão mimosa e tão prendada!... — Agora aqui está a carta, que escrevo ao lorpa do sultãozinho. Prego-lhe meia dúzia de carapetões, que o hão de desorientar completamente.
"Mein lieber Herr Álvaro, ich komme um Ihnen ohne lange Vorreden zu sagen, dass alles gemäß ihren Wünschen geregelt isit. Eure Exzellenz kann friedlich in Gesellschaft dieser netten Flüchtigen leben, die ab jetzt niemand mehr belästigen wird. Tatsächlich war das Vorgehen Eurer Exzellenz in dieser Sache sehr schön und würdig des Lobes. Würdig eine großen und menschenfreundlichen Herzens wie das Eurer Exzellenz. Es wird nun keine Erniedringung mehr geben! In Gefangenschaft eine so liebenswerte und begabte Kreatur!"

Assim falando, Martinho desdobrou a carta, e já começava a lê-la, quando Álvaro impacientado o interrompeu. — Basta, senhor Martinho, — disse-lhe com mau humor; — o negócio está arranjado; não preciso mais de seus serviços. — Arranjado!... como?... — A escrava está em poder de seu senhor. — De Leôncio!... impossível! — Entretanto, é a pura verdade; se quiser saber mais vá à polícia, e indague. — E os meus dez contos?... — Creio que não lhos devo mais.
"Hier ist der Brief, den ich dem Tölpel von einem Sultan geschreiben habe. Ich erzähle ihm einen Haufen Unsinn, damit er völlig verwirrt wird." Während er so sprach, entfaltete Martinho den Brief und fing schon an zu lesen, als Álvaro ihn ungeduldig unterbrach. "Es reicht Herr Martinho", sagte er schlecht gelaunt, "das Geschäft ist abgeschlossen. Ich brauche Ihre Dienste nicht mehr." "Abgeschlossen! Wie?" "Die Sklavin ist in der Gewalt ihres Herrn." "Von Leôncio! Unmöglich!" "Es ist aber die Wahrheit. Wenn Sie mehr wissen wollen, gehen Sie zur Polizei und forschen nach." "Und meine Zehntausend Réis?" "Ich glaube, dass ich Ihnen diese nicht mehr schulde."

Martinho soltou um urro de desespero, e saiu da casa de Álvaro com tal precipitação, que parecia ir rolando pelas escadas abaixo. Descrever o mísero estado em que ficou aquela pobre alma, é empresa em que não me meto; os leitores que façam idéia. O cão faminto, iludido pela sombra, largou a carne que tinha entre os dentes, e ficou sem uma nem outra.
Martinho stieß einen Schrei der Verzweiflung aus und verließ das Haus von Álvaro so eilig, dass es schien, also würde er die Treppen hinunter rollen. Zu beschreiben wie sich diese arme Seele fühlte ist ein Unternehmen, mit dem ich mich nicht beschäftigen werde. Der Leser soll sich selber eine Meinung bilden. Der Hund, getäuscht von dem Schatten, ließ das Fleisch, das er zwischen den Zähnen hielt und hatte dann weder das eine, noch das andere.





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