I. Kapitel: A Escrava Isaura als einzelne Kapitel

Kapitel 1 Kapitel 2 Kapitel 3 Kapitel 4 Kapitel 5 Kapitel 6 Kapitel 7 Kapitel 8 Kapitel 9 Kapitel 10 Kapitel 11
Kapitel 12 Kapitel 13 Kapitel 14 Kapitel 15 Kapitel 16 Kapitel 17 Kapitel 18 Kapitel 19 Kapitel 20 Kapitel 21 Kapitel 22




Leôncio impaciente e com o coração ardendo nas chamas de uma paixão febril e delirante não podia resignar-se a adiar por mais tempo a satisfação de seus libidinosos desejos. Vagando daqui para ali por toda a casa como quem dava ordens para reformar o serviço doméstico, que dai em diante ia correr todo por sua conta, não fazia mais do que espreitar todos os movimentos de Isaura, procurando ocasião de achá-la a sós para insistir de novo e com mais força em suas abomináveis pretensões. De uma janela viu as escravas fiandeiras atravessarem o pátio para irem jantar, e notou a ausência de Isaura.
Leôncio, ungeduldig und mit einem Herz in Flammen durch eine fiebernde und delirierende Leidenschaft konnte sich nicht mehr damit abfinden, die Befriedigung seiner geilen Wünsche noch mehr hinauszuzögern. Durch das ganze Haus streunend und Anweisungen bzgl. der Durchführung der häuslichen Arbeitend geben, die von nun an von ihm allein geleitet wurden, bewirkte nur, dass die Bewegungen von Isaura noch mehr kontrolliert wurden und Möglichkeiten eröffnete, sie nur mit dem Zweck zu treffen, um auf's Neue mit noch mehr Nachdruck seine abartigen Forderungen zu stellen. Von einem Fenster aus sah er, wie die Spinnerinnen auf dem Weg zum Essen den Hof durchquerten und bemerkte die Abwesenheit von Isaura.

— Bom!... vai tudo às mil maravilhas, murmurou Leôncio com satisfação; nesse momento passava-lhe pela mente a feliz lembrança de mandar o feitor levar as outras escravas para o cafezal, ficando ele quase a sós com Isaura no meio daqueles vastos e desertos edifícios.
"Gut, das läuft wie geschmiert", murmelte Leôncio zufrieden. In diesem Moment fiel ihm wieder ein, dass er den Vorarbeiter angewiesen hatte, die anderen Sklavinnen auf die Kaffeeplantage zu bringen, so dass Isaura alleine inmitten dieser großen und leeren Räume war.

— Dir-me-ão que, sendo Isaura uma escrava, Leôncio, para achar-se a sós com ela não precisava de semelhantes subterfúgios, e nada mais tinha a fazer do que mandá-la trazer à sua presença por bem ou por mal. Decerto ele assim podia proceder, mas não sei que prestígio tem, mesmo em uma escrava, a beleza unida à nobreza da alma, e à superioridade da inteligência, que impõe respeito aos entes ainda os mais perversos e corrompidos. Por isso Leôncio, a despeito de todo o seu cinismo e obcecação, não podia eximir-se de render no fundo d'alma certa homenagem à beleza e virtudes daquela escrava excepcional, e de tratá-la com mais alguma delicadeza do que às outras.
Man wird einwenden, dass Leôncio, da Isaura eine Sklavin war, er diese Umstände nicht hätte machen müssen und er auch auch einfach hätte befehlen können, sie egal wie herzuschleppen. Sicherlich hätte er so vorgehen können, aber ich weiß nicht welche Ansehen die Schönheit gepaart mit einer noblen Seele und einer großen Klugheit selbst einer Sklavin verleiht, so dass selbst noch die Perversesten und Korruptesten Respekt empfinden. So konnte auch Leôncio, trotz seines Zynismus und seiner Obsession im Grunde seiner Seele ihrer Schönheit und Tugend Respekt zu zollen und sie mit mehr Zartgefühl zu behandeln, als die anderen.

— Isaura, — disse Leôncio, continuando o diálogo que deixamos apenas encetado, — fica sabendo que agora a tua sorte está inteiramente entre as minhas mãos. — Sempre esteve, senhor, — respondeu humildemente Isaura. — Agora mais que nunca. Meu pai é falecido, e não ignoras que sou eu o seu único herdeiro. Malvina por motivos, que sem dúvida terás adivinhado, acaba de abandonar-me, e retirou-se para a casa de seu pai. Sou eu, pois, que hoje unicamente governo nesta casa, e disponho do teu destino. Mas também, Isaura, de tua vontade unicamente depende a tua felicidade ou a tua perdição. — De minha vontade!... oh! não, senhor; minha sorte depende unicamente da vontade de meu senhor.
"Isaura", sagte Leôncio und fuhr mit dem Dialog fort, dessen Anfang wir gerade beigewohnt haben, "du weißt, dass du dich jetzt ganz in meiner Hand befindest." "Das war immer schon so Herr", antwortete Isaura. "Jetzt noch mehr als früher. Mein Vater ist gestorben und du weißt, dass ich sein einziger Erbe bin. Malvina hat mich, aus Gründen die ohne Zweifel erraten hast, verlassen und hat sich auf das Gut ihres Vaters zurückgezogen. Ich allein bestimme also heute in diesem Haus und ich verfüge über dein Schicksal. Von deinem Willen hängt aber auch dein Glück oder dein Verderben ab." "Von meinem Willen! Oh nein, Herr, mein Schicksal hängt allein vom Willen meinens Herrn ab."

— E eu bem desejo - replicou Leôncio com a mais terna inflexão de voz, — com todas as forças de minha alma, tornar-te a mais feliz das criaturas; mas como, se me recusas obstinadamente a felicidade, que tu, só tu me poderias dar?... — Eu, senhor?! oh! por quem é, deixe a humilde escrava em seu lugar; lembre-se da senhora D. Malvina, que é tão formosa, tão boa, e que tanto lhe quer bem. É em nome dela que lhe peço, meu senhor; deixe de abaixar seus olhos para uma pobre cativa, que em tudo está pronta para lhe obedecer, menos nisso, que o senhor exige...
"Ich will", antwortete Leôncio im sanftesten Tonfall, "mit aller Macht meiner Seele, dich zur glücklichsten Kreatur der Erde machen, aber warum verweigerst du mir immer das Glück, dass allein du mir geben kannst?" "Ich Herr?! Lassen sie die untertänige Sklavin an ihrem Platz, erinnern sie sich an Herrin Malvina, die so schön, so gütige ist die ich so verehre. Es ist in ihrem Namen, dass ich büße mein Herr. Hören Sie auf, ihre Augen auf eine arme Gefangene zu richten, die ganz bereit ihnen zu gehorchen, nur in dem nicht, was der Herr verlangt."

— Escuta, Isaura; és muito criança, e não sabes dar ás coisas o devido peso. Um dia, e talvez já tarde, te arrependerás de ter rejeitado o meu amor., — Nunca! - exclamou Isaura. — Eu cometeria uma traição infame para com minha senhora, se desse ouvidos às palavras amorosas de meu senhor. — Escrúpulos de criança!... escuta ainda, Isaura. Minha mãe vendo a tua linda figura e a viveza de teu espírito, — talvez por não ter filha alguma, — desvelouse em dar-te uma educação, como teria dado a uma filha querida. Ela amava-te extremosamente, e se não deu-te a liberdade foi com o receio de perder-te; foi para conservar-te sempre junto de si. Se ela assim procedia por amor, como posso eu largar-te de mão, eu que te amo com outra sorte de amor muito mais ardente e exaltado, um amor sem limites, um amor que me levará à loucura ou ao suicídio, se não... mas que estou a dizer!... Meu pai, — Deus lhe perdoe, – levado por uma sórdida avareza, queria vender tua liberdade por um punhado de ouro, como se houvesse ouro no mundo que valesse os inestimáveis encantos, de que os céus te dotaram. — Profanação!... eu repeliria, como quem repele um insulto, todo aquele que ousasse vir oferecer-me dinheiro pela tua liberdade. Livre és tu, porque Deus não podia formar um ente tão perfeito para votá-lo à escravidão. Livre és tu, porque assim o queria minha mãe, e assim o quero eu. Mas, Isaura, o meu amor por ti é imenso; eu não posso, eu não devo abandonar-te ao mundo. Eu morreria de dor, se me visse forçado a largar mão da jóia inestimável, que o céu parece ter-me destinado, e que eu há tanto tempo rodeio dos mais ardentes anelos de minha alma...
"Hör Isaura, du bist noch sehr jung und kannst die Dinge noch nicht richtig einordnen. Eines Tages wirst du bereuen, meine Liebe nicht erwidert zu haben." "Nie!", rief Isaura, "ich würde einen niederträchtigen Verrat an meiner Herrin begehen, wenn ich den Liebesschwören meine Herrn nachgeben würde." "Das sind Skrupel eines kleinen Mädchens! Höre Isaura. Meine Mutter hat, als sie deine hübsche Gestalt und deinen wachen Geist sah, vielleich auch weil sie keine eigene Tochter hatte, sich bemüht, dir eine Ausbildung zu geben, wie sie sie einer geliebten Tochter gegeben hätte. Sie liebte dich über alle Maßen und nur weil sie fürchtete dich zu verlieren, gab sie dir nicht die Freiheit. Sie wollte dich immer in ihrer Nähe haben. Wenn sie aus Liebe so handelte, wie kann ich dich dann aus der Hand lassen, ich, der ich dich mit einer anderen Art von Liebe noch viel glühender und überschwenglicher Liebe, mit einer Liebe ohne Grenzen, einer Liebe, die mich verrückt werden lässt und mich zum Selbstmord treibt, wenn nicht... Aber was sage ich da! Mein Vater, Gott möge ihm verzeihen, getrieben von einem niederträchtigen Geiz, wollte dir für eine Handvoll Gold die Freiheit schenken, als ob es Gold in der Welt gäbe, der deinem Zauber, mit dem dich der Himmel ausgestattet hat, ausgleichen könnte. Ein Sakrileg ist das, würde ich jedem erwidern, der es wagte mir Geld für deine Freiheit anzubieten, wie man eine Beleidigung erwidert. Du bist frei, weil Gott nicht ein so perfektes Wesen wie dich erschafffen hat, um es dann in die Sklaverei zu schicken. Frei bist, weil meine Mutter das so wollte und weil ich es will. Aber meine Liebe für dich ist unendlich und ichc kann dich für nichts auf der Welt aufgeben. Ich würde vor Schmerz sterben, wenn ich mich gezwungen sähe, einen so kostbaren Juwel, den der Himmel mir geschenkt hat, aus der Hand zu geben und nach dem sich schon seit so langer Zeit alle brennende Sehnsucht meiner Seele verlangt.

— Perdão, senhor; eu não posso compreendé-lo; diz-me que sou livre, e não permite que eu vá para onde quiser, e nem ao menos que eu disponha livremente de meu coração?! — Isaura, se o quiseres, não serás somente livre; serás a senhora, a deusa desta casa. Tuas ordens, quaisquer que sejam, os teus menores caprichos serão pontualmente cumpridos; e eu, melhor do que faria o mais terno e o mais leal dos amantes, te cercarei de todos os cuidados e carinhos, de todas as adorações, que sabe inspirar o mais ardente e inextinguível amor. Malvina me abandona!... tanto melhor! em que dependo eu dela e de seu amor, se te possuo?! Quebrem-se de uma vez para sempre esses laços urdidos pelo interesse! esqueça-se para sempre de mim, que eu nos braços de minha Isaura encontrarei sobeja ventura para poder lembrar-me dela.
Entschuldigen Sie Herr, aber ich kann Sie nicht verstehen. Sie sagen mir, ich sei frei und erlauben mir nicht, dahin zu gehen, wohin ich wünsche und nicht mal, dass ich frei über mein Herz verfüge?" "Isaura, wenn du es nur wolltest, wärst du nicht nur frei, sondern die Herrin, die Göttin dieses Hauses. Deine Befehle, was immer sie auch sein mögen, deine absonderlichsten Launen, würden sofort erfüllt. Und ich wäre besser noch als der zärtlichste und treueste Liebhaber, ich würde ich mit allen Zuvorkommenheit und Zärtlichkeiten überschütten, mit aller Bewunderung, die die glühendste und unauslöschbarste Liebe entzünden kann. Malvina verlässt mich! Umso besser! Zu was brauche ich sie und ihre Liebe, wenn ich dich besitze?! Mögen diese Fesseln, die nur aus Berechnung gelegt worden waren, für immer zerbrechen! Möge sie mich für immer vergessen, denn ihn den armen meinenr Isaura werde ich einen solchen Überschuss an Glück finden, dass ich sie für immer vergessen kann."

— O que o senhor acaba de dizer me horroriza. Como se pode esquecer e abandonar ao desprezo uma mulher tão amante e carinhosa, tão cheia de encantos e virtudes, como sinhá Malvina? Meu senhor, perdoe-me se lhe falo com franqueza; abandonar uma mulher bonita, fiel e virtuosa por amor de uma pobre escrava, seria a mais feia das ingratidões.
"Was der Herr sagt, entsetzt mich. Wie kann man eine so liebenswerte und zärtliche Frau, so voller Anmut, wie die Herrin Malvina so der Schande übergeben? Mein Herr, entschuldigen Sie, wenn ich frei heraus spreche. Eine so treue und tugendhafte Frau wegen einer armen Sklavin zu verlassen, wäre die hässlichste aller Undankbarkeiten."

A tão severa e esmagadora exprobração, Leôncio sentiu revoltar-se o seu orgulho. escrava insolente! — bradou cheio de cólera. – Que eu suporte sem irritarme os teus desdéns e repulsas, ainda vá: mas repreensões!... com quem pensas tu que falas?... — Perdão! senhor!... exclamou Isaura aterrada e arrependida das palavras que lhe tinham escapado.
Diese ernste und vernichtende Kritik verletzte den Stolz von Leôncio. "Freche Sklavin!", schrie er voller Zorn, "dass ich ohne verärgert zu werden deine Verachtung und Zurückweisung ertrage, mag noch angehen, aber das noch: Tadel! Mit wem denkst du, dass du sprichst?" "Entschuldigen Sie Herr!", rief Isaura entsetzt und ihre Worte, die ihr rausgerutscht waren bereuend.

— E, entretanto, se te mostrasses mais branda comigo... mas não, é muito aviltar-me diante de uma escrava; que necessidade tenho eu de pedir aquilo que de direito me pertence? Lembra-te, escrava ingrata e rebelde, que em corpo e alma me pertences, a mim só e a mais ninguém. És propriedade minha; um vaso, que tenho entre as minhas mãos e que posso usar dele ou despedaçá-lo a meu sabor. — Pode despedaçá-lo, meu senhor; bem o sei; mas, por piedade, não queira usar dele para fins impuros e vergonhosos. A escrava também tem coração, e não é dado ao senhor querer governar os seus afetos. — Afetos!... quem fala aqui em afetos?! Podes acaso dispor deles?... — Não, por certo, meu senhor; o coração é livre; ninguém pode escravizálo, nem o próprio dono.
"Wenn du dich mir gegenüber nur gefügiger zeigen würdest...aber nein, dass ich micih vor einer Sklavin so demütige. Warum sollte ich es nötig haben, um das zu bitten, was mir von Rechts wegen zusteht? Erinnere dich daran du undankbare und rebellische Sklavin, dass du mir mit Körper und Seele gehörst, mir und niemandem sonst. Du bist mein Eigentum, mein Gefäß, das ich in den Händen halte und das ich ganz wie es mir gefällt nutzen oder zerbrechen lassen kann. "Sie können es zerbrechen mein Herr, das weiß ich wohl, aber habt Erbarmen, benutzen sie es nicht für niederträchtige und schändliche Zwecke. Auch die Sklavin hat ein Herz und ihr Herr kann nicht über ihr Fühlen gebieten." "Gefühle! Wer redet über Gefühle? Kannst du etwa über sie verfügen?" "Nein, natürlich nicht Herr. Das Herz ist frei, niemand kann es versklaven, nicht mal der Herr."

— Todo o teu ser é escravo; teu coração obedecerá, e se não cedes de bom grado, tenho por mim o direito e a força... mas para quê? para te possuir não vale a pena empregar esses meios extremos. —Os instintos do teu coração são rasteiros e abjetos como a tua condição; para te satisfazer far-te-ei mulher do mais vil, do mais hediondo de meus negros. — Ah! senhor! bem sei de quanto é capaz. Foi assim que seu pai fez morrer de desgosto e maus-tratos a minha pobre mãe; já vejo que me é destinada a mesma sorte. Mas fique certo de que não me faltarão nem os meios nem a coragem para ficar para sempre livre do senhor e do mundo.
"Du bist ganz und gar Sklavin. Dein Herz wird gehorchen und wenn du nicht freiwillig nachgibst, dann hab ich das Recht, Gewalt anzuwenden. Aber wozu? Um dich zu besitzen, braucht es diese extremen Mittel nicht. Die Regungen deines Herzens sind so niedrig und primitiv wie die es deiner Schicht entspricht. Um dich zu befriedigen, werde ich dich dem gemeinsten meiner Neger, der am meisten stinkt zur Frau geben." "Ich weiß, zu was sie in der Lage sind mein Herr. So war es wie ihr Vater durch Verbitterung und schlechte Behandlung meine Mutter hat sterben lassen. Ich sehe schon, dass mir dasselbe Schicksal bestimmt ist. Aber seieen sie versichert, dass mir weder die Mittel noch der Mut fehlt, um für immer von meinem Herrn und der Welt frei zu sein."

— Oh! — exclamou Leôncio com satânico sorriso, — já chegaste a tão subido grau de exaltação e romantismo!... isto em uma escrava não deixa de ser curioso. Eis o proveito que se tira de dar educação a tais criaturas! Bem mostras que és uma escrava, que vives de tocar piano e ler romances. Ainda bem que me preveniste; eu saberei gelar a ebulição desse cérebro escaldado. Escrava rebelde e insensata, não terás mãos nem pés para pôr em prática teus sinistros intentos. Olá, André, — bradou ele e apitou com força no cabo do seu chicote.
"Ah!", rief Leôncio mit einem teuflischen Lächeln, "du bist nun schon zu einem solchen Grad an romantischer Exaltiertheit aufgestiegen! Das ist bei einer Sklavin wirklich verwunderlich. Das ist der Gewinn, den man hat, wenn man solchen Kreaturen eine Erziehung gibt! Du zeigst, dass du eine Sklavin bist, die sich dem Piano spielen und dem Lesen von Romanen widmet. Gut, dass du mich vorgewarnt hast. Ich werde wissen, wie man das Kochen dieses heißen Gehirnes kühlt. Rebellische Sklavin, du wirst weder Hände noch Füße haben, um dein sinistres Vorhaben umzusetzen. Hör André", schrie er laut und ließ die Peitsche knallen.

— Senhor! — bradou de longe o pajem, e um instante depois estava em presença de Leôncio. — André, — disse-lhe este com voz seca e breve — traze-me já aqui um tronco de pés e algemas com cadeado. — Virgem santa! — murmurou consigo André espantado. – Para que será tudo isto?... ah! pobre Isaura!... — Ah! meu senhor, por piedade! — exclamou Isaura, caindo de joelhos aos pés de Leôncio, e levantando as mãos ao céu em contorções de angústia; pelas cinzas ainda quentes de seu pai, há poucos dias falecido, pela alma de sua mãe, que tanto lhe queria, não martirize a sua infeliz escrava. Acabrunhe-me de trabalhos, condene-me ao serviço o mais grosseiro e pesado, que a tudo me sujeitarei sem murmurar; mas o que o senhor exige de mim, não posso, não devo fazê-lo, embora deva morrer. "Herr!", rief von weitem der Page und einen Moment später stand er vor Leôncio.
"André", befahl er diesem mit trockener Stimme und knapp, "bring mir einen Pfahl mit Handschellen und Kette." "Heilige Maria!", murmelte Andrés bei sich entsetzt, "für was wird das sein? Arme Isaura!" "Mein Herr, habt Erbarmen", rief Isaura und fiel vor den Füßen von Leoncio auf die Knie und erhob die Hände wie im Krampf in den Himmel. Der noch heißen Asche ihres erst vor kurzem verstorbenen Vaters wegen, der Seele ihrer Mutter wegen, die sie sehr liebte, foltern Sie ihre arme Sklavin nicht. Überhäufen Sie mich mit Arbeit, verdammen sie mich zur gröbsten Frohn, allem werde ich mich unterwerfen ohne zu murren, aber was der Herr von mir will, kann ich nicht erfüllen und werde eher sterben."

— Bem me custa tratar-te assim, mas tu mesma me obrigas a este excesso. Bem vês que me não convém por modo nenhum perder uma escrava como tu és. Talvez ainda um dia me serás grata por ter-te impedido de matar-te a ti mesma. — Será o mesmo! — bradou Isaura levantando-se altiva, e com o acento rouco e trémulo da desesperação, — não me matarei por minhas próprias mãos, mas morrerei às mãos de um carrasco.
"Gut, es fällt mir schwer, dich so zu behandeln, aber du selbst zwingst mich zu diesem Exzess. Du siehst, dass nicht in meinem Interesse ist, eine Sklavin wie dich zu verlieren. Vielleicht wirst du mir eines Tages dankbar sein, dass ich dich daran gehindert habe, dich selbst zu töten." "Das ist das gleiche!", schrie Isaura und erhob sich stolz, "ich werde mich nicht durch meine eigenen Hände umbringen, aber ich werde in den Händen eines Henkers sterben."

Neste momento chega André trazendo o tronco e as algemas, que deposita sobre um banco, e retira-se imediatamente. Ao ver aqueles bárbaros e aviltantes instrumentos de suplício turvaram-se os olhos a Isaura, o coração se lhe enregelou de pavor, as pernas lhe desfaleceram, caiu de joelhos e debruçando-se sobre o tamborete, em que fiava, desatou uma torrente de lágrimas.
In diesem Moment kam André und brachte den Pfahl und die Handschellen, die er auf eine Bank legte und sich dann zurückzog. Als sie diese barbarischen und erniedrigenden Instrumente der Hinrichtung sah, verdunkelten sich die Augen von Isaura, sie fiel auf die Knie und ließ sich mit dem Gesicht auf den Teppich fallen und löste sich in Tränen auf.

— Alma de minha sinhá velha! — exclamou com voz entrecortada de soluços, — valei-me nestes apuros; valei-me lá do céu, onde estais, como me valíeis cá na Terra. — Isaura, — disse Leôncio com voz áspera apontando para os instrumentos de suplício, — eis ali o que te espera, se persistes em teu louco emperramento. Nada mais tenho a dizer-te; deixo-te livre ainda, e fica-te o resto do dia para refletires. Tens de escolher entre o meu amor e o meu ódio. Qualquer dos dois, tu bem sabes, são violentos e poderosos. Adeus!...
"Seele meiner ehemaligen Herrin!", rief sie mit einer von Schluchzern unterbrochenen Stimme", steh mir bei in dieser Not, steh mir dort, wo du bist im Himmel, bei, wie du mir auf der Erde beigestanden hast." "Isaura", sagte Leôncio mit rauer Stimme und zeigte auf die Folterinstrumente, "dort siehst du, was dich erwartet, wenn du in deiner verrückten Sturheit verharrst. Ich habe dir nichts mehr zu sagen. Du bleibst hier den Rest des Tages um nachzudenken. Du kannst zwischen meiner Liebe und meinem Hass wählen. Jeder der beiden ist, wie du weißt, gewaltig und mächtig. Auf Wiedersehen!"

Quando Isaura sentiu que seu senhor se havia ausentado, ergueu o rosto, e levantando ao céu os olhos e as mãos juntas, dirigiu à Rainha dos anjos a seguinte fervorosa prece, exalada entre soluços do mais íntimo de sua alma:
Als Isaura fühlte, dass ihr Herr gegangen war, hob sie das Gesicht und erhob ihre Augen gen Himmel, richtete an die Königin der Engel diese innige Bitte, unterbrochen von Schluchzern aus dem Inneren ihrer Seele.

— Virgem senhora da Piedade, Santíssima Mãe de Deus!... vós sabeis se eu sou inocente, e se mereço tão cruel tratamento. Socorrei-me neste transe aflitivo, porque neste mundo ninguém pode valer-me. — Livrai-me das garras de um algoz, que ameaça não só a minha vida, como a minha inocência e honestidade. Iluminailhe o espírito e infundi-lhe no coração brandura e misericórdia para que se compadeça de sua infeliz cativa. É uma humilde escrava que com as lágrimas nos olhos e a dor no coração vos roga pelas vossas dores sacrossantas, pelas chagas de vosso Divino Filho: valei-me por piedade.
"Jungfrau Maria, heilige Mutter Gottes! Du weißt, ob ich unschuldig bin und diese grausame Behandlung verdiene. Hilf mir in dieser großen Not, denn auf dieser Welt kann mir niemand helfen. Befreie mich aus den Krallen eines Henkers, der nicht nur mein Leben bedroht, sonder auch meine Unschuld und Ehre. Erleuchte seinen Geist und gibt ihm ein weiches Herz und Barmherzigkeit, damit er Mitleid habe mit seiner armen Sklavin. Es ist eine bescheidene Sklavin mit Tränen in den Augen und Trauer im Herzen, die euch um eurer heiligen Schmerzen willen bittet, der Wunde eures heiligen Sohnes willen, steh mir aus Barmherzigkeit bei."

Quanto Isaura era formosa naquela suplicante e angustiosa atitude! oh! muito mais bela do que em seus momentos de serenidade e prazer!... se a visse então, Leôncio talvez sentisse abrandar-se o férreo e obcecado coração. Com os olhos arrasados em lágrimas, que em fio lhe escorregavam pelas faces desbotadas, entreaberta a boca melancólica, que lhe tremia ao passar da prece murmurada entre soluços, atiradas em desordem pelas espáduas as negras e opulentas madeixas, voltando para o céu o busto mavioso plantado sobre um colo escultural, ofereceria ao artista inspirado o mais belo e sublime modelo para a efígie da Mãe Dolorosa, a quem nesse momento dirigia suas ardentes súplicas. Os anjos do céu, que por certo naquele instante adejavam em torno dela agitando as asas de ouro e carmim, não podiam deixar de levar tão férvida e dolorosa prece aos pés do trono da Consoladora dos aflitos. Absorvida em suas mágoas Isaura não viu seu pai, que, entrando pelo salão a passos sutis e cautelosos, encaminhava-se para ela.
Wie schön war Isaura in dieser bittenden und ängstlichen Haltung! Wie viel schöner als in ihren fröhlichen Zeiten der Freude. Wenn Leôncio sie jetzt gesehen hätte, vielleicht hätte sein eisernes von einer Obsession besesessenes Herz sich erweichen lassen. Mit Tränen gefüllten Augen, die ihr in Strömen über die erbleichten Wangen liefen, den melancholischen Mund, der während des durch Schluchzer unterbrochenen gemurmelten Gebetes zitterte, die schwarzen, üppigen Locken auf der Schulter über die Schultern fließend, ihr zarter Busen, der sich an den wohlgeformten Hals anschloss, würde dem Künstler zu einem sublimen Bildnis der klagenden Mutter Gottes inspirieren, an die sie in diesem Augenblick ihr Gebet schickte. Die Engel des Himmels, die in diesem Moment sicherlich um sie schwebten und mit ihre Flügel aus Gold und Karmin schlugen, würden ein so inniges und schmerzerfüllte Bitte mit Sicherheit vor den Thron der Trösterin aller Schmerzen bringen. Versunken in ihrem Schmerz sah Isaura ihren Vater nicht, der unterdessen auf leisen und vorsichtigen Sohlen den Raum betreten hatte und sich ihr näherte.

— Oh! felizmente ela ali está, — murmurava o velho, — o algoz aqui também andava! oh! pobre Isaura!... que será de ti?!... — Meu pai por aqui!... — exclamou a infeliz ao avistar Miguel. — Venha, venha ver a que estado reduzem sua filha. — Que tens, filha?... que nova desgraça te sucede? — Não está vendo, meu pai?... eis ali a sorte, que me espera, — respondeu ela apontando para o tronco e as algemas, que ali estavam ao pé dela. — Que monstro, meu Deus!... mas eu já esperava por tudo isto... — É esta a liberdade que pretende dar àquela que a mãe dele criou com tanto amor e carinho. O mais cruel e aviltante cativeiro, um martírio continuado da alma e do corpo, eis o que resta à sua desventurada filha... Meu pai, não posso resistir a tanto sofrimento!... restava-me um recurso extremo; esse mesmo vai-me ser negado. Presa, algemada, amarrada de pés e mãos!... oh!... meu pai! meu pai!... isto é horrível!...
"Welch ein Glück, sie ist da", murmelte der Alte, "hier war auch der Folterknecht! Arme Isaura! Was wird aus dir werden?!" "Mein Vater ist hier!", rief die Unglückliche als sie Miguel sah, "kommen Sie, kommen Sie und schauen Sie, in was für eine erbärmlichen Situation sich ihre Tochter befindet." "Was hast du Tochter? Welches neue Unglück ist dir zugestoßen?" "Siehst du es nicht mein Vater? Da ist das Schicksal, das mich erwartet", antwortete sie und zeigte auf den Pfahl und die Handschellen, die sich zu ihren Füßen befanden. "Mein Gott, was für ein Monster! Aber ich habe das schon vorher gesehen." "Das ist die Freiheit, die er denen geben will, die von seiner Mutter mit so viel Liebe und Zärtlichkeit erzogen wurde. Die grausamste und niederdrückendste Gefangenschaft, ein ewiges Martyrium der Seele und des Körpers, das ist es, was ihrer unglücklichen Tochter bleibt. Mein Vater, ich kann diesem Leiden nicht widerstehen! Mir blieb nur noch der letzte Ausweg und diesen wird er mir auch noch verbauen. Gefangen, die Hände in Handschellen, gefesselt an Füßen und Händen. Mein Vater, mein Vater, das ist schrecklich."

— Meu pai, a sua faca, – acrescentou depois de ligeira pausa com voz rouca e olhar sombrio, – preciso de sua faca. — Que pretendes fazer com ela, Isaura? que louco pensamento é o teu?... — Dê-me essa faca, meu pai; eu não usarei dela senão em caso extremo; quando o infame vier lançar-me as mãos para deitar-me esses ferros, farei saltar meu sangue ao rosto vil do algoz. — Não, minha filha; não serão necessários tais extremos. Meu coração já adivinhava tudo isto, e já tenho tudo prevenido. O dinheiro, que não serviu para alcançar a tua liberdade, vai agora prestar-nos para arrancar-te às garras desse monstro. Tudo está já disposto, Isaura. Fujamos. — Sim, meu pai, fujamos; mas como? para onde? — Para longe daqui, seja para onde for; e já, minha filha, enquanto não suspeitem coisa alguma, e não te carregam de ferros. — Ah! meu pai, tenho bem medo; se nos descobrem, qual será a minha sorte!...
"Mein Vater, ihr Messer", fügte sie dann mit rauer Stimme und verdunkeltem Blickt hinzu, "ich brauche ihr Messer." "Was willst du damit machen, Isaura? Was für verrückte Gedanken hast du?" "Gib mir das Messer, mein Vater. Ich werde es nur in äußerster Not davon Gebrauch machen, wenn der Wüstling mich packt um mich in diese Eisen zu legen, werde ich mein Blut ins das gemeine Gesicht des Henkers spritzen lassen." "Nein, meine Tochter, solche extreme Handlungen sind nicht nötig. Mein Herz hat das alles schon geahnt und ich habe alles vorbereitet. Das Geld, das nicht vermochte deine Freiheit zu erlangen, wird nun dazu dienen, dich aus den Krallen dieses Monsters zu befreien. Alles ist bereit Isaura. Fliehen wir." "Ja mein Vater, fliehen wir, aber wie? Wohin?" "Weit weg von hier, wohin auch immer, jetzt, meine Tochter, wo sie noch nichts vermuten und dich noch nicht in Eisen gelegt haben." "Oh mein Vater, ich habe solche Angst. Wenn sie uns entdecken, was wird mein Schicksal sein?"

— A empresa é arriscada, não posso negar-te; mas ânimo. Isaura; é nossa única tábua de salvação; agarremo-nos a ela com fé, e encomendemo-nos à divina providência. Os escravos estão na roça; o feitor levou para o cafezal tuas companheiras, teu senhor saiu a cavalo com o André; não há talvez em toda a casa senão alguma negra lá pelos cantos da cozinha. Aproveitemos a ocasião, que parece mesmo nos vir das mãos de Deus, no momento em que aqui estou chegando. Eu já preveni tudo.
"Das Unternehmen ist riskant, das kann ich nicht verleugnen, aber nur Mut Isaura. Das ist der einzige Weg der Rettung, klammern wir uns in gutem Glauben daran und übergeben wir uns der Vorsehung. Die Sklaven sind auf dem Feld. Der Vorarbeiter hat deine Kameraden auf die Kaffeeplantagen gebracht, dein Herr ist mit André weggeritten. Es gibt im ganzen Haus vielleicht noch eine Negerin in der Ecke der Küche. Nutzen wir die Möglichkeit, die uns wie es scheint aus den Händen Gottes gewährt wurde, als ich gekommen bin. Ich habe alles geplant."

Lá no fundo do quintal à beira do rio está amarrada uma canoa; é quanto nos basta. Tu sairás primeiro e irás lá ter por dentro do quintal; eu sairei por fora alguns instantes depois e lá nos encontraremos. Em menos de uma hora estaremos em Campos, onde nos espera um navio, de que é capitão um amigo meu, e que tem de seguir viagem para o Norte nesta madrugada. Quando romper o dia, estaremos longe do algoz que te persegue. Vamo-nos, Isaura; talvez por esse mundo encontremos alguma alma piedosa, que melhor do que eu te possa proteger. — Vamo-nos, meu pai; que posso eu recear?... posso acaso ser mais desgraçada do que já sou?...Isaura, cosendo-se com a sombra do muro, que rodeava o pátio, abriu o portão, que dava para o quintal, e desapareceu. Momentos depois Miguel rodeando por fora os edifícios costeava o quintal, e achava-se com ela à margem do rio. A canoa vogando sutilmente bem junto à barranca, impelida pelo braço vigoroso de Miguel, em poucos minutos perdeu de vista a fazenda.
Im hinteren Bereich des Gartens am Ufer des Flusses ist ein Kanu festgemacht. Das reicht uns. Du gehst zuerst und hälst dich in der Mitte des Gartens, ich komme außen herum ein wenig später nach und wir treffen uns da. In weniger als einer Stunde, sind wir in Campos, wo uns ein Schiff erwartet, dessen Kapitän mein Freund ist und mit dem am nächsten Morten Richtung Norden weiterfahren. Wenn der Morgen anbricht, sind wir weit weg von dem Folterknecht, der dich verfolgt. Lass uns gehen Isaura, vielleicht werden wir in dieser Welt eine fromme Seele finden, die dich besser als ich beschützen kann." "Gehen wir, mein Vater. Was habe ich zu befürchten? Kann ich noch unglücklicher sein, als ich es jetzt bin?" Isaura öffnete, im Schatten der Mauer, welche den Hof umgab, das Tor, betrat den Garten und verschwand. Nur wenig später folgte Miguel um die Gebäude herum, die den Garten umgaben und traf sie am Ufer des Flusses wieder. Das Kanu glitt leise entland des Flussufers, getrieben vom starken Arm von Miguel und schon nach kurzer Zeit war das Gut außer Sichtweite.

Kontakt Datenschutzerklärung Impressum